O relógio...

O relógio a bater de hora em hora,
Consome indiferente os nossos dias,
Louvando todas as nossas alegrias,
Deixando a tristeza que devora...

Nunca descansa, passa e sem demora,
Vai registrando risos, agonias,
Na mais modesta das filosofias
De quem ri, quando su'alma chora.

O relógio nos dá exemplo fundo
Dessa gente que vive no mundo,
Indiferente às alheias dores;

Desses que passam a noite pela rua,
Admirando a palidez da lua,
Fazendo versos, recordando amores.

João de Oliveira Fonsêca
*19.07.1917 +11.10.1989
PURA POESIA- Página 202/1996

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